No que pode ser considerado um dos casos mais inusitados do direito trabalhista recente no Reino Unido, uma ex-funcionária do Serviço Nacional de Saúde (NHS) foi indenizada em quase £30.000 (aproximadamente R$188 mil) após colegas de trabalho a compararem ao icônico vilão de Star Wars, Darth Vader, em um teste de personalidade. A decisão de um tribunal trabalhista considerou a comparação “insultuosa” e um “detrimento” para a trabalhadora.
O Teste da Discórdia: Quando o “Team-Building” Atinge o Lado Sombrio
O incidente ocorreu em agosto de 2021. Lorna Rooke, que trabalhava desde 2003 no serviço de doação de sangue e transplantes do NHS como supervisora de treinamento e prática, participava de um exercício de “construção de equipe” com seus colegas. Durante a atividade, foi proposto um questionário de personalidade online com tema da saga “Star Wars”, descrito inicialmente como sendo no estilo do conhecido teste Myers-Briggs.
Rooke precisou se ausentar para atender a uma ligação pessoal e não preencheu o questionário. Ao retornar, foi informada por uma colega, Amanda Harber, que esta havia respondido ao teste em seu nome. O resultado? A personalidade de Lorna Rooke foi associada à de Darth Vader. Curiosamente, a descrição da categoria “Darth Vader” no teste em questão era relativamente neutra, descrevendo-o como “um indivíduo muito focado” que “conseguia unir equipes”. No entanto, a imagem cultural do Lorde Sith é universalmente conhecida como a de um vilão implacável.
O Impacto da Comparação e a Batalha Judicial
A comparação com o personagem, cujo nome real na saga é Anakin Skywalker antes de sucumbir ao “lado sombrio da Força”, teve um impacto negativo significativo em Lorna Rooke. Ela relatou ao tribunal que o episódio a fez sentir-se impopular no trabalho e contribuiu para o aumento de seu estresse e ansiedade no ambiente laboral. A situação se tornou tão insustentável para Rooke que ela pediu demissão no mês seguinte, em setembro de 2021, considerando o incidente “Darth Vader” como a “gota d’água”.
Posteriormente, Lorna Rooke moveu uma ação legal, buscando compensação por demissão injusta, discriminação por deficiência, falha em fazer ajustes razoáveis e por ter sofrido um “detrimento” (uma experiência negativa ou prejudicial) no local de trabalho, este último relacionado a uma divulgação protegida que ela teria feito.
Decisão do Tribunal: Ser Darth Vader é “Insultuoso”
O caso foi julgado por um tribunal trabalhista em Croydon, sul de Londres. A juíza Kathryn Ramsden concluiu que, apesar da descrição no teste, ser associada a Darth Vader era, de fato, um “detrimento”. “Darth Vader é um vilão lendário da série Star Wars, e ser alinhado com sua personalidade é insultuoso”, afirmou a juíza em sua decisão. Ela acrescentou que, dado que os resultados foram compartilhados em um ambiente de grupo, “não admira” que Rooke tenha ficado chateada, pois o resultado refletia a percepção que a colega tinha dela.
Como resultado, Lorna Rooke recebeu uma indenização de £28.989,61 (cerca de R$188.432) especificamente pela categoria de “detrimento”. No entanto, suas outras reivindicações, incluindo demissão injusta e discriminação por deficiência, foram rejeitadas pelo tribunal, que não considerou que o incidente “Darth Vader” teve “efeito suficiente” para justificar sua demissão meses depois.
Vale notar que, após a divulgação do caso e a menção ao teste Myers-Briggs, a The Myers-Briggs Company emitiu um comunicado (datado de 8 de maio de 2025, conforme nota adicionada aos relatos originais) afirmando que o questionário utilizado não era uma avaliação oficial da empresa, mas sim um “questionário com tema Star Wars”. Este peculiar caso serve como uma discussão sobre os limites das atividades de integração em equipe e o impacto que percepções e comparações podem ter no ambiente de trabalho.
Darth Vader at Work? Brit Wins Nearly $40,000 in Damages!
British court ruled it “insulting” to compare a colleague to Darth Vader in a personality test, resulting in hefty compensation for “detriment” to an NHS employee.
In what can be considered one of the most unusual recent labor law cases in the United Kingdom, a former National Health Service (NHS) employee was awarded nearly £30,000 (approximately $39,000 USD) after colleagues compared her to the iconic Star Wars villain, Darth Vader, in a personality test. An employment tribunal decision deemed the comparison “insulting” and a “detriment” to the worker.
The Test of Discord: When Team-Building Goes to the Dark Side
The incident occurred in August 2021. Lorna Rooke, who had worked for the NHS Blood and Transplant service as a training and practice supervisor since 2003, was participating in a “team-building” exercise with her colleagues. During the activity, a Star Wars-themed online personality questionnaire, initially described as being in the style of the well-known Myers-Briggs test, was proposed.
Rooke had to step out to take a personal phone call and did not fill out the questionnaire. Upon her return, she was informed by a colleague, Amanda Harber, that Harber had answered the test on her behalf. The result? Lorna Rooke’s personality was associated with that of Darth Vader. Interestingly, the description of the “Darth Vader” category in the test in question was relatively neutral, describing him as “a very focused individual” who could “bring teams together.” However, the cultural image of the Sith Lord is universally known as that of a ruthless villain.
The Impact of the Comparison and the Legal Battle
The comparison with the character, whose real name in the saga is Anakin Skywalker before succumbing to the “dark side of the Force,” had a significant negative impact on Lorna Rooke. She told the tribunal that the episode made her feel unpopular at work and contributed to increased stress and anxiety in the workplace. The situation became so unbearable for Rooke that she resigned the following month, in September 2021, considering the “Darth Vader incident” the “last straw.”
Subsequently, Lorna Rooke took legal action, seeking compensation for unfair dismissal, disability discrimination, failure to make reasonable adjustments, and for having suffered a “detriment” (a negative or harmful experience) in the workplace, the latter related to a protected disclosure she had made.
Tribunal’s Ruling: Being Darth Vader is “Insulting”
The case was judged by an employment tribunal in Croydon, South London. Judge Kathryn Ramsden concluded that, despite the description in the test, being associated with Darth Vader was, indeed, a “detriment.” “Darth Vader is a legendary villain of the ‘Star Wars’ series, and being aligned with his personality is insulting,” Judge Ramsden stated in her ruling. She added that, given the results were shared in a group environment, it was “little wonder” that Rooke was upset, as the result reflected the colleague’s perception of her.
As a result, Lorna Rooke was awarded £28,989.61 (approximately $39,000 USD) specifically for the “detriment” category. However, her other claims, including unfair dismissal and disability discrimination, were rejected by the tribunal, which did not consider that the “Darth Vader incident” had a “sufficient effect” to justify her resignation months later.
It’s worth noting that, following the case’s disclosure and the mention of the Myers-Briggs test, The Myers-Briggs Company issued a statement (dated May 8, 2025, according to a footnote in original reports) asserting that the questionnaire used was not an official assessment from the company, but rather a “Star Wars-themed questionnaire.” This peculiar case serves as a discussion about the limits of team-building activities and the impact that perceptions and comparisons can have in the workplace.
